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Este blog tem o objetivo de publicar a produção de textos dos alunos das turmas de Laboratório de Jornalismo Impresso, PUC-Rio, 2012.2.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Região da Vila Olímpica tem drenagem de rios

Sarah Bazin

Drenagem na estrada Grajaú-Jacarepaguá
Foto: Divulgação Prefeitura 
O bairro de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, está recebendo um extenso projeto para recuperação de sua bacia hidrográfica. A principal obra é a de drenagem dos rios e córregos que passam pelo local. O objetivo do projeto é aumentar a capacidade de armazenamento da água da chuva dos rios da região e criar um novo projeto paisagístico. Dos 14 rios que correm para a Lagoa de Jacarepaguá e da Tijuca, que devem receber a drenagem, quatro já estão prontos: Córrego da Panela, Rio Itanhangá, São Francisco e Papagaio. A previsão é de que mais quatro sejam concluídos até o final do ano. O projeto total deverá custar R$340 milhões aos cofres públicos e é feito pela Secretaria Municipal de Obras junto com a Rio-Águas.

A região é famosa pelas grandes enchentes das décadas de 1990 e 2000, que aconteciam, principalmente, por causa da má distribuição do escoamento da água, de lixo nos leitos, e outros sedimentos que impediam o fluxo dos rios. Hoje a área tem grande atenção do público e da prefeitura, pois é onde ficarão sediados o Parque e a Vila Olímpica das Olimpíadas de 2016.

Os sistemas de drenagem de água de chuva no Brasil estão defasados, mostra uma pesquisa de estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). São sistemas planejados para o momento presente, baseados no intuito do escoamento rápido, o que gera problemas no futuro, já que não previram um aumento da população, das construções e da circulação no local. Os projetos antigos agravam a possibilidade de enchentes nas regiões próximas aos leitos dos rios. Os sistemas que existem hoje não comportam as novas demandas das cidades, que cresceram em área e população, além de não serem sustentáveis.

A atual obra de drenagem dos rios e córregos de Jacarepaguá pretende ser um projeto sustentável. Ou seja, pensar não apenas no presente, mas partir de um projeto de estudo da área onde será feita a drenagem para que se possa controlar o escoamento da água dos rios. Isso é o que, ainda segundo os estudantes da UFRJ, faz um projeto ser sustentável. Esse controle é feito principalmente a partir de galerias que podem armazenar a água da chuva, além de fazer a evaporação e a evapotranspiração (a evaporação da água, do solo e da vegetação da região), o que devolve em forma de vapor a água para a atmosfera.

Isso significa que, depois da obra, o comportamento da área passa a ter condições similares a quando o lugar ainda era “virgem”, ou seja, sem a ação humana. Assim, a região drenada terá um menor escoamento pela superfície (o que diminui o risco de enchentes), um baixo risco de erosão e de poluição, além de diminuir a necessidade de investimentos do mesmo estilo nas áreas mais adiante dos leitos dos rios.

No Rio de Janeiro, a prefeitura pretende fazer as galerias no entorno das lagoas de Jacarepaguá e da Tijuca, além de uma macrodrenagem dos rios de leitos grandes, preparando para uma vasão de água bem maior do que o normal. Essa drenagem também aumenta a profundidade e a largura dos rios, diminuindo ainda mais o risco de enchentes. Assim, outro objetivo do projeto é ajudar as populações que vivem nas áreas próximas aos leitos, que podem passar a conviver com um rio em um nível muito mais baixo, sem ocorrer transbordamentos, como já aconteceram em outras ocasiões.

A Secretaria de Meio Ambiente tem um projeto de implantação de 25 km de ciclovias, ou pistas compartilhadas, nas áreas de intervenção do Projeto de macro drenagem da Bacia de Jacarepaguá, que se une ao projeto paisagístico de recuperação do local, todos na linha sustentável pela qual a cidade está tentando seguir.