Quem somos

Este blog tem o objetivo de publicar a produção de textos dos alunos das turmas de Laboratório de Jornalismo Impresso, PUC-Rio, 2012.2.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Parque Olímpico gera polêmica com CBA


Georgia Gomide


A construção do Parque Olímpico para os jogos de 2016 vem gerando polêmica, já que o local escolhido para obra é o mesmo terreno onde está o Autódromo Internacional Nelson Piquet, em Jacarepaguá. A grande questão que impediu até agora o início das obras é o   fato de a CBA, a Confederação Brasileira de Automobilismo, ter um acordo judicial assinado antes dos Jogos Pan-Americano em 2007 assegurando que o autódromo só poderá ser destruído após a construção de um novo. O problema é que o COI, Comitê Olímpico Internacional, requisitou a área do autódromo para as instalações do Parque Olímpico. Para que isso aconteça não basta apenas fechar o autódromo, mas oferecer uma alternativa para o automobilismo antes de iniciar a demolição. O terreno escolhido para a transferência do autódromo é o mesmo onde o Exército realiza treinamentos, no bairro de Deodoro, na Zona Oeste da cidade. Enquanto a prefeitura não consegue um acordo com o Ministério Público e o Exército, as obras vão ficando cada vez mais atrasadas. 


Projeto do Parque Olímpico
Foto: Divulgação

Além do acordo judicial assinado entre a CBA e a prefeitura, outro entrave para o início das obras foi a questão ambiental. Em abril de 2012 o Conselho Municipal de Meio Ambiente emitiu um parecer contrário à escolha do terreno para abrigar o novo autódromo carioca, alegando que a região faz parte da Mata Atlântica. O parecer foi aprovado e assinado pelo presidente do Conselho e vice-prefeito Carlos Alberto Muniz, afirmando que a obra afetaria um Sítio de Relevante Interesse Paisagístico e Ambiental pelo Plano Diretor do Rio. Já o prefeito Eduardo Paes se posicionou contra o parecer e afirmou que a prefeitura irá conceder a licença ambiental para obra. Isso tudo porque é de interesse da prefeitura que as obras para o novo autódromo comecem o quanto antes para que as obras do Parque Olímpico sejam iniciadas conforme a lei. 

O autódromo de Jacarepaguá foi construído em 1978 e foi palco de inúmeros eventos automobilísticos, como o Grande Prêmio do Brasil de Formula 1 e a etapa brasileira de Moto GP. O autódromo teve a sua pista reduzida para receber o Complexo Esportivo Cidade dos Esportes os Jogos Pan-americanos em 2007. A obra, que descaracterizou o autódromo, custou R$ 14 milhões aos cofres públicos e não será utilizada para os Jogos Olímpicos. Todas as alterações feitas serão demolidas.

A hipótese de o novo autódromo do Rio ser transferido para Deodoro não conta com apoio do Exercito, que defende o uso da área para treinamento, apesar de estar em processo de degradação. O Exército entrou com uma ação junto ao Ministério Público, que sugeriu a construção do novo autódromo em um terreno próximo à área militar, a uma distância de um quilômetro do local escolhido. Além disso, a vereadora Sônia Rabelo ( PV) declarou ao jornal O Globo que se a licença ambiental da obra for concedida pela prefeitura, pretende entrar com uma ação popular contra a aprovação do projeto. Para Sônia, um autódromo é altamente poluente. Ela e se apoiou na Lei Orgânica Municipal para afirmar que as áreas verdes da cidade não podem ser vendidas. 

Apesar de toda a polêmica, ficou definido que a construção do autódromo de Deodoro será iniciada em janeiro de 2013. A decisão foi tomada em uma reunião em Brasília no dia 14 de junho de 2012 e contou com a presença do presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, Cleyton Pinteiro, e representantes do Governo Federal, Governo do Estado do Rio de Janeiro e a Prefeitura. Ficou definido que a obra para o Parque Olímpico está autorizada a começar, com a condição de não interferir no calendário de eventos automobilísticos já marcados até o final do ano.