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Este blog tem o objetivo de publicar a produção de textos dos alunos das turmas de Laboratório de Jornalismo Impresso, PUC-Rio, 2012.2.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Rio precisa ser acessível até 2016

Babi Costa

A rua Rodolfo Dantas, em Copacabana, é um modelo a ser seguido até as olímpiadas de 2016. Oferece rampas de acesso, sinais sonoros, sinais de trânsito inteligentes em braile (botões que acionam o mecanismo que faz o sinal de trânsito abrir para o pedestre), e piso indicativo para deficientes visuais. Esses itens precisam estar presentes em todas as ruas da cidade até as olímpiadas, mas por enquanto esse é o único local onde podem ser encontrados. A via é totalmente acessível desde 2008, quando a prefeitura em parceira com o Centro de Vida Independente do Rio (CVI-Rio), realizou intervenções para o projeto Corredor Acessível. 

A Psicóloga Lilia Martins, que vive na cadeira de rodas há 69 anos, é uma das fundadoras do CVI-Rio, relata que existem mecanismos para que as adaptações sejam feitas, mas as obras precisam começar em breve.

– Tudo pode ser feito, mas isso leva tempo, então precisa começar o mais rápido possível. Quando adaptamos a rua Rodolfo Dantas, era para ser um piloto e serviria como modelo. Com o efeito cascata, esperávamos que outras iniciativas fossem sendo tomadas e se espalhassem pelos bairros, mas esse projeto não teve continuidade. Espero que com tantos grandes eventos essa iniciativa seja duradoura – explicou ela

Para Lilian a acessibilidade não pode ficar apenas nas ruas, tem que estar presente em todos os cantos da cidade.

– O problema vai além das vias, na cidade quase não há hotéis que possam receber deficientes. Nem os próprios apartamentos e prédios são adaptados, a cidade se torna uma corrida de obstáculos – disse Lilian.

Segundo o censo realizado pelo IBGE, em 2010, são apenas 38 quartos adaptados em hotéis, pousadas e albergues em toda a cidade. Nos domicílios, o censo apurou apenas a presença da rampa para cadeirantes e há 162 mil domicílios com essa instalação, de um total de 1,88 milhão, o que não atende os 828 mil portadores de algum tipo de deficiência que a cidade abriga.

Projetos para adequar a cidade

Para alcançar a meta de se tornar 100% acessível até as olímpiadas de 2016, a prefeitura da cidade criou diversas iniciativas. Uma delas é o Calçada Lisa, que pretende transformar 700mil m² de passeios públicos. As calçadas cariocas receberam a pior nota – 4,5 - entre as 12 capitais brasileiras pesquisadas pelo site Mobilize Brasil.

As frotas de ônibus também precisarão passar por adaptações. A Rio Ônibus tem em sua frota atual apenas 60% dos seus carros adaptados e terá que aumentar esse número para 100%.

Das 99 estações da SuperVia, apenas duas têm capacidade de receber pessoas com deficiência, segundo um relatório feito pelo Instituto Brasileiro dos Direitos a Pessoa com Deficiência (IBDD).