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Este blog tem o objetivo de publicar a produção de textos dos alunos das turmas de Laboratório de Jornalismo Impresso, PUC-Rio, 2012.2.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Rio se inspira em Londres na acessibilidade


Ligia Lopes


O Rio de Janeiro, capital das Olimpíadas e Paralimpíadas de 2016, se inspirou nos jogos de Londres deste ano, cidade que foi reconhecida mundialmente pela infraestrutura de acessibilidade aos deficientes. A cidade carioca adotou, desde sua candidatura, em 2009, a legislação federal sobre acessibilidade (Lei 10.098/2000), classificada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma das mais completas do mundo em relação às necessidades especiais. Para cuidar dessa questão dentro das instalações esportivas, foi criada a área de Sustentabilidade, Acessibilidade e Legado do Rio 2016.
Cerimônia de encerramento das Olimpíadas de Londres 2012 apresenta o Rio como sede de 2016
(Foto: Getty/Olympic.org)

Algumas das medidas tomadas em benefício dos portadores de necessidades especiais foram a aplicação de pisos antiderrapantes, sinalização sonora e elevadores para cadeirantes nos veículos das novas linhas de BRT.

– As estações estão sendo construídas com rampas de acesso e piso tátil, além de uma catraca especial para deficientes e uma área de espera com total acessibilidade – exemplificou Roberto Ainbinder, diretor de projetos da Empresa Olímpica Municipal (EOM).

A Empresa Olímpica Municipal (EOM), da Prefeitura do Rio, é uma organização criada para coordenar os projetos olímpicos e trabalhar em parceria com o Rio 2016.

Os governos federal, estadual e municipal preveem maior conscientização da população em relação à acessibilidade e garantiram que haverá integração total dos deficientes na infraestrutura dos jogos, conforme as normas. Segundo o site oficial do Rio 2016, todos os sistemas de transporte público na cidade terão total acessibilidade até o ano dos jogos e os padrões de acessibilidade do Comitê Paralímpico Internacional serão aplicados em todos os novos hotéis da cidade.

– É importante pensar em todas as edificações com foco na acessibilidade universal. Para isso, é preciso pensar nas pessoas com deficiência física, visual, auditiva e também em pessoas idosas, gestantes, obesos, sem distinção – afirmou Augusto Fernandes, especialista em acessibilidade do Comitê Organizador Rio 2016.

Para os jogos olímpicos e paraolímpicos deste ano, a prefeitura de Londres fez um levantamento e identificou que existem cerca de 20% de deficientes físicos na cidade, e entre 8 e 10% do total dos visitantes de 2012 tinham necessidades especiais. Com o objetivo de incluir socialmente essa parcela da sociedade, foi inaugurado, em março de 2011, o site Inclusive London, onde podem ser encontradas informações sobre os locais da cidade estruturados para receber esse público, como restaurantes, postos de gasolina, hotéis, delegacias e locais de lazer. Já foram registradas mais de 11 milhões de visitas.

Antes de os jogos começarem, o prefeito de Londres, Boris Johnson, emitiu um comunicado prometendo se empenhar integralmente à sociedade: “Me comprometo a fazer os jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2012 o mais acessível possível. Assim, todas as pessoas poderão ter acesso aos jogos”.

Quatro milhões de libras foram destinados a um projeto de inclusão social que previa obras de acessibilidade, como a substituição de degraus por rampas, melhor iluminação e sinalização, mais assentos e instalação de corrimãos.

A prefeitura criou, ainda, o projeto Destination London, um curso online que ensina como é possível ajudar deficientes físicos, mostrando os pontos da cidade preparados para eles. Em relação ao transporte, a página reserva um espaço especial, que mostra quais ajustes foram feitos para que o deficiente possa se locomover de metrô, ônibus, táxi, trem, barco ou sozinho. O interessado precisa se cadastrar no site e fazer o teste. Ao final do curso, o aluno ganha um certificado.

A expectativa é que o Rio consiga se tornar uma cidade-modelo tal como Londres se tornou. Segundo a organização dos jogos de 2016 e a Prefeitura, os projetos iniciais já começaram e, atém o ano dos jogos, tudo já estará em funcionamento.

– Nossa tarefa é encontrar soluções arquitetônicas, de engenharia e de comunicação que sejam funcionais e eficazes para entregarmos os Jogos Olímpicos e Paralímpicos com o mesmo nível de serviço – explicou Tânia Braga, gerente da área de Sustentabilidade, Acessibilidade e Legado.