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Este blog tem o objetivo de publicar a produção de textos dos alunos das turmas de Laboratório de Jornalismo Impresso, PUC-Rio, 2012.2.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Reformar ou demolir o velódromo do Rio?



Angélica Veiga


Construção do velódromo conforme os padrões do COI
Crédito: COB_LANIMA20110427_0005_1
O governo brasileiro tomou ciência, há dois anos, do descumprimento dos padrões estabelecidos pelo Comité Olímpico Internacional (COI) na construção do Velódromo do Rio, no Autódromo Nelson Piquet, para os Jogos Pan-Americanos de 2007. As construtoras, na época, tiveram gasto médio de R$14 milhões. Duas pilastras centrais, que atrapalhariam a visão dos jurados, é uma das principais reclamações para uso olímpico do local.


  As soluções propostas são duas. A primeira seria a demolição completa do velódromo para construção de um novo. A segunda seria a reforma do já existente, com os ajustes necessários. Aumentar a capacidade para cinco mil pessoas, colocar mais banheiros, vestuários e boxes, melhorar o sistema de refrigeração e reformar a pista são algumas exigências para que se adeque aos padrões internacionais

O projeto de reforma proposto ultrapassaria os R$14 milhões gastos para construção do velódromo em 2007. O investimento previsto para o projeto de reforma seria de R$70,13 milhões, pela prefeitura, para construções permanentes e R$9,28 milhões para construções temporárias que sairiam do cofre do Comitê Organizador Rio 2016, segundo informações do Portal da Transparência e da Empresa Olímpica Municipal. As obras começariam em 2013 e seriam entregues em 2016. 

Para o prefeito Eduardo Paes a melhor decisão é a reforma do espaço, pois muito dinheiro já foi gasto e o espaço precisa seguir útil para o treino dos atletas. “Tenho certeza que a Federação Internacional de Ciclismo, a Federação [de ciclismo] do Rio e o Comitê Olímpico terão condições de propor adaptações ao comitê organizador dos jogos que não seja a simples demolição de algo construído com recursos públicos”, argumentou o prefeito

Mesmo assim, há aqueles que acreditam que a opção correta seja fazer tudo de novo. Para diretor de velódromo da Federação de Ciclismo do Estado do Rio de Janeiro (FECIERJ), Antônio Marcio Domingues Ferreira, é mais fácil construir do que reconstruir. “Teríamos como fazer um velódromo dentro de todas as especificações necessárias de uma forma mais “simples”, já que é mais fácil construir do que modificar o que já está pronto”, comenta o diretor. 

Além disso, Ferreira ressalta que o problema ao optar por reformar o já existente seria a falta de espaço para treino. “Dependendo do que for escolhido e de como for escolhido, poderemos ficar um bom tempo – dois a três anos – sem ter um velódromo para treinar. Se optarmos por construir um novo velódromo, o correto seria construí-lo e quando estivesse pronto e podendo ser utilizado, desmontaríamos o atual”, diz. 

O poder público e o comitê organizador divulgarão o resultado definitivo só no final deste ano. Enquanto isso a licitação do projeto executivo, previsto para ser divulgado este mês pela Empresa Olímpica Municipal, será a diretriz para tomada da decisão final.