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Este blog tem o objetivo de publicar a produção de textos dos alunos das turmas de Laboratório de Jornalismo Impresso, PUC-Rio, 2012.2.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Por um Maracanã mais democrático


Alice Fonseca

Foto: Divulgação / Consórcio Maracanã
O Estádio Jornalista Mário Filho, mais conhecido como Maracanã, o popular Maraca, está fechado desde agosto de 2010 para transformação. Inaugurado em 1950, o estádio passa por reformas para se adaptar às regas da Fifa e receber jogos da Copa das Confederações em 2013, da Copa do Mundo e das Olimpíadas. O projeto do novo estádio prevê a mudança do local para uma arena multiuso, com áreas de lazer para família, lojas e praça de alimentação e  infraestrutura para receber espetáculos.
Com a previsão de entrega para 28 de fevereiro de 2013, a reforma do Maracanã atingiu 70% deconclusão, em balanço divulgado pela Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio (Emop).  O estádio que deverá ser reaberto em 28 de fevereiro de 2013 sob controle de uma entidade privada, já  consumiu R$869,1 milhões em obras, R$ 9,1 milhões a mais do que o previsto.
Em outubro deste ano, o governo do estado do Rio deverá lançar o edital para a privatização da administração do Maracanã. Dentre os interessados em assumir a administração do estádio se encontra o Flamengo, o Fluminense e o empresário Eike Batista. Segundo o governo, assim que o edital de licitação do Maracanã for publicado, haverá uma audiência pública que convocará todos os interessados para esclarecimento de  dúvidas sobre a privatização.
Manifestos contra a privatização do Maracanã indicam que a medida tem causado indignação. O Comitê Popular daCopa e da Olimpíada, conjunto de organizações e lideranças populares que discute estratégias para enfrentar o modelo de política urbana realizada no Rio, está criticando a privatização, alegando que a medida servirá apenas para o interesse de poucos.
No último dia 25 de setembro, reunidos no auditório da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Uerj), ao lado do estádio, quatro profissionais e discutiram as alternativas para um Maracanã mais democrático, próximo do que em era em 1950.  Com a presença de Christopher Gaffney, da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense (EAU/UFF), Gustavo Mehl, membro do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio, Erick Omena, do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR/UFRJ), e Mauro Cezar Pereira, jornalista da ESPN, o debate “O Maraca é Nosso?”, organizado pelo próprio comitê em parceria com a Faculdade de Serviço Social da UERJ, pretendia iniciar uma ampla discussão com o objetivo de construir um projeto alternativo para o estádio, de caráter popular e sob gestão pública.
Uma das críticas do comitê popular refere-se à elitização do esporte, com ingressos cada vez mais caros e inacessíveis à população de baixa renda.  Além disso, o grupo reivindica mais participação popular nas deliberações envolvendo investimentos públicos nas obras do Maracanã. Enquanto o edital de concessão não sair, ainda é possível promover debates acerca da utilização dos novos espaços do Maracanã, que ainda não têm futuro definido.