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Este blog tem o objetivo de publicar a produção de textos dos alunos das turmas de Laboratório de Jornalismo Impresso, PUC-Rio, 2012.2.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Barra será ponto central das competições em 2016

Nina Lua

As instalações esportivas para os jogos olímpicos de 2016 vão se concentrar em quatro grandes áreas do Rio: Barra da Tijuca, Maracanã, Copacabana e Deodoro. De acordo com o presidente da Autoridade Pública Olímpica, Márcio Fortes, as áreas foram escolhidas por já abrigarem as instalações dos jogos Pan-Americanos de 2007 e dos Jogos Mundiais Militares de 2011. O que já foi construído representará, no total, 47% das instalações necessárias para as Olimpíadas. Outros dezesseis estabelecimentos vão ser construídos do zero: nove ficarão de legado para a cidade e sete serão temporários, desmontados depois dos jogos.

A Barra concentrará a maior parte das instalações que abrigarão as competições. O Parque Olímpico do Rio, onde serão disputadas vinte modalidades esportivas, ficará lá, além da Arena Olímpica, do Centro Aquático Maria Lenk e do Riocentro, que será adaptado para abrigar esportes como tênis de mesa, levantamento de peso e boxe. Além das áreas onde serão realizadas as competições, a zona portuária, revitalizada pelo projeto Porto Maravilha, abrigará um centro de controle, uma central de distribuição de uniformes e a Vila de Treinadores.

Tanto o Parque Olímpico da Barra quanto o Porto Maravilha, dois dos principais eixos para a realização dos jogos olímpicos, foram projetos tocados a partir de parcerias público-privadas, as chamadas PPPs. Até as Olimpíadas, esse recurso deve ser usado mais vezes. Fortes afirma que o aeroporto do Galeão foi incluído na próxima rodada de concessões.

Para a professora do Departamento de Urbanismo da UFF Fernanda Sánchez, essas concessões são o reflexo de uma política urbana voltada para os megaeventos, e não para os moradores da cidade. Fernanda defende que a escolha da Barra da Tijuca como principal centro das atividades esportivas é parte de um modelo de pensamento que enaltece a “modernidade espetacular” do bairro, mas que não necessariamente pensa no que será deixado para a maior parte da população. Até mesmo o Porto Maravilha, em que o planejamento, a execução das obras e a gestão da área ficarão a cargo das construtoras, significaria a transferência do controle de bairros inteiros para as mãos da iniciativa privada. De acordo com Fernanda, o modelo de urbanismo que está sendo posto em prática na cidade contribui para acentuar as desigualdades, por comprometer as receitas públicas em projetos voltados para fora.