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Este blog tem o objetivo de publicar a produção de textos dos alunos das turmas de Laboratório de Jornalismo Impresso, PUC-Rio, 2012.2.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Que 2007 não se repita em 2016

Fonte: Dossiê de candidatura Rio 2016
Mariah d'Avila

Durante os Jogos Olímpicos, para que os atletas possam pensar exclusivamente em conquistar as medalhas, eles precisam de um local confortável e bem estruturado para se hospedarem. A Vila Olímpica é, tradicionalmente, o espaço de alojamento dos atletas para a competição. 

No projeto do Rio de Janeiro para 2016, o conjunto residencial será no bairro da Barra da Tijuca, na região próxima ao Riocentro. Com cerca de 60 hectares, a Vila Olímpica e Paralímpica teve a pedra fundamental lançada em dezembro de 2010 e a previsão é de que as obras estejam concluídas até o final de 2015. Após mudança no projeto, o Comitê Olímpico Internacional definiu que serão 31 prédios de 17 andares cada, pouco mais de 10 mil quartos. 

A Vila Olímpica e Paralímpica faz parte do legado que os Jogos pretendem deixar para a cidade do Rio. De acordo com o comitê organizador, após os jogos, o local será um conjunto residencial privado. A ideia é que os apartamentos sejam vendidos aos poucos, seguindo a demanda do mercado imobiliário na cidade, e não de uma vez só. O investimento no projeto das acomodações será, a princípio, de mais de R$ 850 milhões, originados integralmente da iniciativa privada. 

O futuro do complexo residencial pode, porém, não estar tão garantido como dizem os organizados. Se tomado por base o que aconteceu após a realização dos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, em 2007, a Vila Olímpica também pode vir a ser uma dor de cabeça para a cidade. A Vila Pan-americana, que teve 95% de seus apartamentos vendidos em poucas horas, hoje, não conta com 50% deles habitados, segundo reportagem do jornal Valor Econômico. 

A Agenco, empresa responsável pelas obras, e a Caixa Econômica Federal sofreram diversos processos dos donos dos imóveis, que alegam falta de finalização das obras. Parte do terreno dos prédios cedeu em alguns pontos, em função de se localizar em um terreno arenoso. 

Em depoimento ao blog do jornalista Juca Kfouri, um morador da antiga Vila Pan-americana, Robson Pereira, confirma problemas estruturais nas vias internas do condomínio, em áreas que, segundo ele, não foram estaqueadas, e que abrigam as redes de água, esgoto e energia elétrica, por exemplo. Além disso, Robson garante que a promessa de um centro comercial e um centro esportivo não foi cumprida. De acordo com o morador, “o pãozinho mais perto fica a dois quilômetros da Vila”.