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Este blog tem o objetivo de publicar a produção de textos dos alunos das turmas de Laboratório de Jornalismo Impresso, PUC-Rio, 2012.2.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Nuzman vai para quinto mandato sob críticas

Mateus Campos

Reeleito para mais três anos de mandato, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, está há 19 anos no cargo e acaba de receber passe-livre de 30 das 31 confederações esportivas do país. Na sua quinta gestão, ele vai estar à frente do COB até as Olimpíadas de 2016. Nuzman assumiu o comitê pela primeira vez em 1995 após uma vitoriosa gestão na Confederação Brasileira de Vôlei. Sua meta para o novo mandato é tentar colocar o país no ranking dos dez melhores países em número de medalhas em 2016. 


Apesar da aclamação por parte das confederações, seu trabalho no COB vem recebendo muitas críticas dos adversários. Ex-árbitro da Corte Arbitral do Esporte, Alberto Murray diz que a reeleição de Nuzman é uma demonstração de que a entidade não quer democratizar o esporte, nem torná-lo social e transparente. Murray afirma que, por ser crítico aos rumos do COB, foi retirado do comitê em 2008. 

Os gastos do COB com os jogos de 2016 e os desempenhos modestos dos atletas brasileiros nas Olimpíadas são alvos preferenciais de quem não apoia Nuzman. O jornalista esportivo Juca Kfouri disse em seu blog que “nunca antes neste país se investiu tanto no esporte, coisa de 2 bilhões de reais de dinheiro público” e que, se os resultados não vêm, o problema “reside em quem intermedeia os recursos, há mais de 20 anos no poder”. 

Nuzman também é criticado por acumular a presidência do COB com a do Comitê Organizador dos Jogos de 2016, associação civil responsável por promover e realizar os Jogos. Nas últimas edições, o órgão não foi presidido por cartolas dos Comitês Olímpicos locais

O Comitê Organizador, por sinal, está envolvido em polêmicas após um roubo de documentos confidenciais praticado por funcionários brasileiros na Olimpíada de Londres. Os agentes da Rio 2016 trabalhavam em um processo de troca de conhecimento com os londrinos, mas baixaram arquivos e documentos sobre a logística dos jogos sem autorização. Nuzman minimizou o incidente, demitiu as pessoas envolvidas no escândalo e definiu o caso como “fato isolado”. 

Outro opositor de Nuzman é o deputado federal Romário (PSB-RJ). Ele tem feito campanha no Twitter, onde se manifestou dizendo que, embora já esperasse a reeleição do presidente, irá continuar denunciando “tudo de errado”. Alheio às críticas, Nuzman assumiu o cargo afirmando ter certeza de que é “possível dar um salto de qualidade e quantidade na conquista de medalhas nas próximas edições dos Jogos”.