Quem somos

Este blog tem o objetivo de publicar a produção de textos dos alunos das turmas de Laboratório de Jornalismo Impresso, PUC-Rio, 2012.2.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O Museu do Amanhã e a reciclagem


Alice Fonseca

Como uma das âncoras do projeto de revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro, o Museu do Amanhã será erguido no Píer Mauá, em meio a uma grande área verde. Projetado para ser uma construção sustentável, o museu quer ser totalmente autossuficiente e vai usar materiais recicláveis na construção.
Guiado pelos elementos da Floresta Atlântica, o Museu do Amanhã se integra à Praça Mauá e ao MAR - Museu deArte do Rio. Projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava, com 15 mil m2, a obra pretende ser um modelo de arquitetura verde com a utilização de recursos naturais como placas de captação de energia solar e recursos hídricos da Baía de Guanabara. A água da baía terá duas funções: servirá para o sistema de refrigeração do museu e para formar o espelho d'água na extremidade do píer, junto à Praça Mauá. Essa mesma água passará por múltiplos filtros até ser retornada limpa ao mar.
Apesar de ser um projeto sustentável, a reciclagem de lixo o Rio ainda deixa muito a desejar. A cidade recicla apenas 3% das 8,4 mil toneladas de lixo geradas por dia. A Comlurb tem participação mínima nesse percentual, separando apenas 0,27% desse total. Os outros 2,73% ficam sob responsabilidade de cooperativas ou catadores autônomos. De 160 bairros da cidade, apenas 41 são atendidos semanalmente. A melhora da situação depende de um projeto aprovado em 2011 entre o município do Rio e o BNDES,que visa à construção de seis galpões de triagem de materiais recicláveis.  A prefeitura também  pretende aumentar o número de caminhões em circulação para expandir a área de bairros atendidos. O aumento da coleta seletiva elevará o percentual em 2%, ou 22,68 toneladas, número baixo para uma cidade com o porte do Rio. Para se ter uma ideia, Londres, a última sede olímpica, recicla XX% de seu lixo
Para a presidente da Comlurb, Angela Fonti, a prefeitura precisa resolver as causas que levam aos baixosíndices de reciclagem. Ela reconhece que a companhia nunca fez uma campanha de incentivo à coleta seletiva de lixo, mas com os recursos dados pelo BNDES isso poderá ser modificado. "Nosso cronogramainclui pegar o lixo orgânico e reciclável dentro das casas e dos prédios. Osgalpões vão melhorar as condições de trabalho e dar um fim aos atravessadores,que diminuem o ganho dos catadores", diz.
O prefeito Eduardo Paes, um dos idealizadores do Museu do Amanhã, concorda que o Rio tem que mudar em relação à reciclagem e diz que o prédio se transformará em um "ícone" da cidade, algo similar ao Pão de açúcar, o estádio do Maracanã e o Cristo Redentor.
Além do conceito em sua construção, o museu pretende apresentar uma "visão humanista" do futuro mais imediato por meio de atividades audiovisuais e interativas, que vão expor situações que serão enfrentadas pela humanidade devido ao aumento da população, à mudança climática e às inovações tecnológicas. O projeto exigirá investimentos de R$215 milhões e será custeado com investimentos privados, segundo a prefeitura.