Quem somos

Este blog tem o objetivo de publicar a produção de textos dos alunos das turmas de Laboratório de Jornalismo Impresso, PUC-Rio, 2012.2.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Investimento de R$1 bilhão não garante medalhas

Mayra Nolasco

O PlanoBrasil Medalhas 2016, nova estratégia de investimento ao esporte para que o Brasil alcance melhores posições no quadro de medalhas dos jogos olímpicos, lançado em setembro, é um aprimoramento do já existente Bolsa Atleta e prevê recursos de R$1 bilhão no próximo ciclo olímpico, no período de 2013 a 2016. Do total, dois terços do investimento virão do Orçamento Geral da União, enquanto o restante será responsabilidade de empresas estatais. Considerando o investimento recorde de R$2 bilhões feito para a Olimpíada de Londres, o custo atual não surpreende e não dá garantia de melhores resultados para o país que conquistou somente três medalhas de ouro nos últimos jogos.

O programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte, dá prioridade atualmente aos atletas olímpicos com potencial para representar o Brasil. O auxílio na categoria Olímpico/Paralímpico chega ao valor mensal de R$3 mil. No Plano Brasil Medalha, a ajuda ao atleta pode chegar, com o no Bolsa Pódio, a R$15 mil mensais.O técnico agora também poderá ganhar uma bolsa de até R$10 mil, além do apoio em equipamento esportivo, de até R$20 mil, e de equipe multidisciplinar (médicos), de até R$5 mil mensais por profissional.

Com o objetivo de colocar o país entre os dez primeiros no ranking de medalhas olímpicas e entre os cinco do ranking paralímpico, o plano enfatiza modalidades que já renderam medalhas, dividindo o investimento de apoio ao atleta com os centros de treinamento. O último incentivo dado ao esporte, nas Olimpíadas de Londres, alcançou o dobro da marca de investimento realizado hoje pelo governo e gerou grande expectativa quanto ao resultado brasileiro.

Dos jogos de Pequim, em 2008, para os jogos de Londres, o Time Brasil conquistou apenas duas medalhas a mais no quadro geral. O número de medalhas de ouro foi o mesmo, somente três. Após a Olimpíada, alguns atletas criticaram a falta de estrutura e apoio do país. A judoca Sarah Menezes, que trouxe um dos ouros para o Brasil, reclamou da falta de um local apropriado de treino em sua cidade e pediu ao ministro Aldo Rebelo mais apoio. Já o atleta Diogo Silva, esperança de medalhas no taekwondo, revelou que nunca recebeu suporte do governo para ter um treinamento de ciclo olímpico. Diogo é patrocinado pela Petrobras e, mesmo tendo participado de duas olimpíadas, diz nunca ter conseguido a Bolsa Atleta. Para ele, o processo é muito burocrático e injusto.

Tem muito direcionamento político. Quem é amigo de algum político consegue a bolsa.É só checar a lista de quem recebe a bolsa. Tem gente que não está nem entre os 10 melhores do Brasil e está lá – disse Diogo.

Em relação ao alto custo das obras urbanas do Rio de Janeiro, o investimento do governo nos esportes, principal foco dos jogos de 2016, é baixo. Só o projeto do veículo leve sobre trilhos, o VLT, por exemplo, vai custar R$1,1 bilhão. Acreditando no aprimoramento do incentivo aos atletas, a presidente Dilma Rousseff afirma que o Plano Brasil Medalhas é o início do processo quemobilizará o Brasil, mesmo em meio a criticas. Para Dilma, a nova estratégia de investimento representa um salto que levará o país à potência esportiva.

Após o lançamento do plano esportivo, o próximo passo é a entrega do projeto e do investimento pelas confederações e entes públicos ao Ministério do Esporte, em novembro. Entre dezembro deste ano e janeiro de 2013, estão programadas a formalização de convênio com entes públicos e as inscrições dos atletas para o auxílio olímpico. Para 2016, são esperado 10.500 atletas no Brasil.