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Este blog tem o objetivo de publicar a produção de textos dos alunos das turmas de Laboratório de Jornalismo Impresso, PUC-Rio, 2012.2.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Região do Maracanã passa por supervalorização

Babi Costa

As áreas em volta do Maracanã e dos polos que abrigarão as Olímpiadas de 2016 tendem a sofrer uma supervalorização imobiliária. Essas regiões ultrapassarão a porcentagem do crescimento do mercado de imóveis do Rio de Janeiro, que teve um aumento no preço de até 700% nos últimos dez anos, segundo o Sindicato de Habitação (Secovi-Rio). Os domicílios na Tijuca cresceram de 56.980 mil, no censo do IBGE de 2000, para 67.183 mil, em 2010, mas para o economista Luiz Azevedo, professor da PUC-Rio, esse número vai crescer muito mais até 2016.
Foto: SMO/ Divulgação

Um dos fatores que levam a elevação nos preços de imóveis no bairro da Tijuca é o projeto de urbanização dos arredores do estádio Mário Filho, orçadas em quase R$ 110 milhões, segundo a Secretária Municipal de Obras (SMO). Entre as melhorias promovidas pelo projeto está a construção de duas passarelas sobre as linhas do trem e do metrô, que visa facilitar a chegada dos pedestres até o Maracanã.

Azevedo acredita que a valorização da área se deve a um conjunto de fatores. Porém a chegada dos grandes eventos foi o ponto principal para o crescimento da exploração imobiliária no entorno do estádio.

– Os grandes eventos impulsionam não só o mercado imobiliário, mas quase todos os ramos da economia brasileira. A área do Maracanã é uma mina de ouro, além de sediar as Olímpiadas, lá vai haver a final da Copa de 2014. Mas há outros fatores que influenciam no aumento dos preços, como por exemplo, a instalação das UPP’s, porque a segurança muda tudo. Teve também o aumento do preço da mão de obra – explicou Azevedo.

Apesar de acreditar no crescimento da valorização da região do estádio Mário Filho, o economista prevê que os preços vão aumentar até um limite, e logo depois haverá uma estagnação dos valores. Segundo Azevedo, se os preços continuassem crescendo na velocidade atual não haveria público consumidor.

– Os custos de moradia no Rio de Janeiro em geral estão absurdos. O Rio se tornou uma das cidades mais caras do mundo. A valorização foi grande mas chegou quase ao seu teto, a tendência agora é o valor não aumentar mais, e quem sabe daqui há uns anos até diminuir. O bolso do carioca não consegue suprir tanta despesa com moradia – contou ele.