Angélica Veiga
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Daniel Dias, nadador paraolímpico, com seis medalhas de ouro nas Olimpíadas de Londres Crédito: Fernando Maia/CPB/Divulgação |
O atleta paraolímpico, Vanderson Silva, voltou das competições de Londres sem medalha e patrocinador. A situação de Silva, ouro no 7º Open de Buenos Aires e recordista brasileiro no lançamento de disco, é comum entre os para-atletas. As despesas vão desde reposição de equipamentos até alimentação.
Os atletas para-olímpicos totalizaram 43 medalhas, na cidade inglesa, e progridem nos rankings internacionais. Mesmo assim, o coordenador técnico de atletismo do CPB, Ciro Winckler, reclama que as instituições veem os medalhistas como “coitadinhos” e não vislumbram o custo/benefício. Embora haja casos de sucesso, eles ainda são minoria. O nadador Daniel Dias, por exemplo, nasceu com má formação dos braços e da perna direita. Subiu ao pódio seis vezes nas Paraolimpíadas de Londres, para onde levou o nome de seus patrocinadores Embratel, Celmar, Otto Bock e da Universidade Mackenzie.
Na falta de verba privada, os atletas se mantêm através do programa Bolsa Atleta, como judoca Eduardo Paes Amaral. Destinado a garantir o mínimo sustento dos esportistas, o programa do governo federal concede R$2.500 por mês aos paraolímpicos. Para a treinadora da equipe de natação, Virgínia Sara Saad, o dinheiro do projeto ajuda pagar as questões mais difíceis como transporte, os treinadores e alimentação.
A fundadora da empresa Dearo Marketing Social e Captação de Recursos, Fernanda Dearo, explica que o obstáculo em se conseguir patrocínio se dá muita das vezes por falta de preparo técnico, criatividade e paciência. Ela ressalta a importância de saber apresentar uma boa proposta, para as empresas não pensarem no dinheiro aplicado como filantropia, e a necessidade de estabelecer relacionamento para manter sempre o interesse do investidor.