Nina Lua
De janeiro de 2010 a março de 2012 houve uma variação de 43% no preço dos imóveis em todo o Brasil. No mesmo período, o Rio de Janeiro apresentou o maior aumento do país: 58,86%. De janeiro de 2008 a março de 2012 os preços cresceram 168% na cidade, conforme estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) assinado pelos economistas Mário Jorge Mendonça e Adolfo Sachsida.
Um dos motivos para o crescimento da demanda dos imóveis no país são os programas de crédito habitacional e o aumento do poder aquisitivo da nova classe média, como identifica o professor da FGV Carlos Emmanuel Ragazzo.
Segundo o estudo do Ipea, ao mesmo tempo em que subiram os preços, a oferta de crédito imobiliário aumentou 130%. No entanto, Ragazzo afirma que, no Rio de Janeiro, só estes fatores não explicam um crescimento tão grande. Para o professor da FGV, algumas características específicas contribuíram para a valorização maior na cidade: os investimentos para os jogos olímpicos de 2016 e a nova política de segurança pública, com a instalação das 28 UPPs, valorizando áreas que antes estavam degradadas pela proximidade de zonas consideradas perigosas. É o caso da Tijuca, por exemplo, em que a pacificação elevou o preço do metro quadrado em 81% desde 2009, segundo dados do Sindicato de Habitação do Rio (Secovi-Rio). Já o estudo do Ipea também aponta para as políticas de obras públicas voltadas para as Olimpíadas como um fator decisivo para a valorização dos imóveis.
Apesar do grande aumento dos preços no Rio de Janeiro, Ragazzo não acredita que haja uma bolha imobiliária na cidade. Para ele, pelo contrário, no início da década os imóveis da capital fluminense eram subvalorizados. O estudo publicado pelo Ipea não chega às mesmas conclusões: para Mendonça e Sachsida, há uma bolha imobiliária no país. O principal motivo seriam os financiamentos incentivados pelo governo federal pelas políticas fiscais e de estímulo ao crédito. A maior parte dos financiamentos habitacionais no Brasil é feita com juros pós-fixados. Para os técnicos do Ipea, isso significa que, quando os juros mantidos baixos pelo governo aumentarem, o que seria inevitável, a bolha vai explodir. No Rio de Janeiro, onde o mercado imobiliário está mais aquecido, os efeitos poderão ser sentidos ainda mais.
De janeiro de 2010 a março de 2012 houve uma variação de 43% no preço dos imóveis em todo o Brasil. No mesmo período, o Rio de Janeiro apresentou o maior aumento do país: 58,86%. De janeiro de 2008 a março de 2012 os preços cresceram 168% na cidade, conforme estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) assinado pelos economistas Mário Jorge Mendonça e Adolfo Sachsida.
Um dos motivos para o crescimento da demanda dos imóveis no país são os programas de crédito habitacional e o aumento do poder aquisitivo da nova classe média, como identifica o professor da FGV Carlos Emmanuel Ragazzo.
Segundo o estudo do Ipea, ao mesmo tempo em que subiram os preços, a oferta de crédito imobiliário aumentou 130%. No entanto, Ragazzo afirma que, no Rio de Janeiro, só estes fatores não explicam um crescimento tão grande. Para o professor da FGV, algumas características específicas contribuíram para a valorização maior na cidade: os investimentos para os jogos olímpicos de 2016 e a nova política de segurança pública, com a instalação das 28 UPPs, valorizando áreas que antes estavam degradadas pela proximidade de zonas consideradas perigosas. É o caso da Tijuca, por exemplo, em que a pacificação elevou o preço do metro quadrado em 81% desde 2009, segundo dados do Sindicato de Habitação do Rio (Secovi-Rio). Já o estudo do Ipea também aponta para as políticas de obras públicas voltadas para as Olimpíadas como um fator decisivo para a valorização dos imóveis.
Apesar do grande aumento dos preços no Rio de Janeiro, Ragazzo não acredita que haja uma bolha imobiliária na cidade. Para ele, pelo contrário, no início da década os imóveis da capital fluminense eram subvalorizados. O estudo publicado pelo Ipea não chega às mesmas conclusões: para Mendonça e Sachsida, há uma bolha imobiliária no país. O principal motivo seriam os financiamentos incentivados pelo governo federal pelas políticas fiscais e de estímulo ao crédito. A maior parte dos financiamentos habitacionais no Brasil é feita com juros pós-fixados. Para os técnicos do Ipea, isso significa que, quando os juros mantidos baixos pelo governo aumentarem, o que seria inevitável, a bolha vai explodir. No Rio de Janeiro, onde o mercado imobiliário está mais aquecido, os efeitos poderão ser sentidos ainda mais.