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Este blog tem o objetivo de publicar a produção de textos dos alunos das turmas de Laboratório de Jornalismo Impresso, PUC-Rio, 2012.2.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Centros esportivos se concentram no Sul e no Sudeste

Nina Lua

Lançado em agosto de 2012, mas com possibilidades de alteração até 2016, o Guia de locais de treinamento pré-jogos tem o objetivo de criar a possibilidade de que os atletas olímpicos que vêm competir no Rio se espalhem pelas diferentes regiões do Brasil. Funciona assim: as cidades que têm equipamentos esportivos compatíveis com as exigências do comitê são incluídas no guia, e as delegações de cada país escolhem onde vão treinar, de acordo com suas necessidades. Com isso, pretende-se também aumentar o fluxo turístico para outras áreas do país, além do Rio de Janeiro. No entanto, com mais de 150 municípios de 22 estados brasileiros incluídos no guia, fazer as adaptações necessárias para entrar na lista não é garantia de receber delegações e obter retorno financeiro. Além disso, as instalações selecionadas não são distribuídas de forma igualitária pelo país.

Para quem receber os atletas estrangeiros, os benefícios incluem os ganhos com o aluguel dos equipamentos, hospedagem e atração de turistas, além das instalações esportivas. Os estados das regiões Sul e Sudeste concentram a grande maioria dos centros de treinamento aprovados. Só no interior do estado do Rio, 33 cidades entraram na lista. Por exemplo, Petrópolis, município localizado a aproximadamente uma hora de carro do Rio de Janeiro, é uma das cidades com mais chances de receber delegações estrangeiras e pode acomodar atletas de futebol, hipismo, golfe, ginástica artística, atletismo, natação e handebol em seus 84 hotéis e pousadas cadastrados pela Embratur. Ligada diretamente ao Rio de Janeiro pela rodovia BR-040, Juiz de Fora, em Minas Gerais, pode servir de base de treinamento para atletas de handebol, tênis, vôlei, atletismo e basquete.

Entretanto, o Norte e o Nordeste contam com apenas 15 das 172 instalações incluídas no guia, concentradas em oito cidades das duas regiões. Por exemplo, o Amazonas conta com apenas uma instalação cadastrada, a Fundação Vila Olímpica Danilo Duarte de Mattos Areosa, ainda em construção para a Copa do Mundo de 2014, que poderá receber atletas de futebol e de tênis de mesa. O Sergipe tem somente o Centro Nacional de Ginástica, em Aracaju, onde atletas da ginástica rítmica podem treinar. Com a quantidade reduzida de equipamentos, a grande distância do Rio de Janeiro e os custos de transporte, o número de delegações que podem optar por essas regiões é menor. Com isso, as chances de cumprir o objetivo declarado pelo Comitê Rio 2016 – espalhar os benefícios dos jogos olímpicos por todo o país – são reduzidas.