Alice Fonseca
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Foto: Divulgação / Consórcio Maracanã |
O Estádio Jornalista Mário Filho, mais conhecido como
Maracanã, o popular Maraca, está fechado desde agosto de 2010 para
transformação. Inaugurado em 1950, o estádio passa por reformas para se adaptar
às regas da Fifa e receber jogos da Copa das Confederações em 2013, da Copa do
Mundo e das Olimpíadas. O projeto do novo estádio prevê a mudança do local para
uma arena multiuso, com áreas de lazer para família, lojas e praça de
alimentação e infraestrutura para receber
espetáculos.
Com a previsão de entrega para 28 de fevereiro de 2013,
a reforma do Maracanã atingiu 70% deconclusão, em balanço divulgado pela Empresa de Obras Públicas do Estado do
Rio (Emop). O estádio que deverá ser
reaberto em 28 de fevereiro de 2013 sob controle de uma entidade privada,
já consumiu R$869,1 milhões em obras, R$
9,1 milhões a mais do que o previsto.
Em outubro deste ano, o governo do estado do Rio
deverá lançar o edital para a privatização da administração do Maracanã. Dentre
os interessados em assumir a administração do estádio se encontra o Flamengo, o
Fluminense e o empresário Eike Batista. Segundo o governo, assim que o edital
de licitação do Maracanã for publicado, haverá uma audiência pública que
convocará todos os interessados para esclarecimento de dúvidas sobre a privatização.
Manifestos contra a privatização do Maracanã indicam
que a medida tem causado indignação. O Comitê Popular daCopa e da Olimpíada, conjunto de organizações e lideranças populares que
discute estratégias para enfrentar o modelo de política urbana realizada no
Rio, está criticando a privatização, alegando que a medida servirá apenas para
o interesse de poucos.
No último dia 25 de setembro, reunidos no auditório da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (Uerj), ao lado do estádio, quatro
profissionais e discutiram as alternativas para um Maracanã mais democrático,
próximo do que em era em 1950. Com a
presença de Christopher Gaffney, da Escola de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Federal Fluminense (EAU/UFF), Gustavo Mehl, membro do Comitê
Popular da Copa e Olimpíadas do Rio, Erick Omena, do Instituto de Pesquisa e
Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(IPPUR/UFRJ), e Mauro Cezar Pereira, jornalista da ESPN, o
debate “O Maraca é Nosso?”, organizado pelo próprio comitê em parceria com
a Faculdade de Serviço Social da UERJ, pretendia iniciar uma ampla discussão
com o objetivo de construir um projeto alternativo para o estádio, de caráter
popular e sob gestão pública.
Uma das críticas do comitê popular refere-se à
elitização do esporte, com ingressos cada vez mais caros e inacessíveis à
população de baixa renda. Além disso, o
grupo reivindica mais participação popular nas deliberações envolvendo investimentos públicos nas obras do
Maracanã. Enquanto o edital de
concessão não sair, ainda é possível promover debates acerca da utilização dos
novos espaços do Maracanã, que ainda não têm futuro definido.